domingo, 24 de fevereiro de 2013

Para começar a pedalar em trilhas


         1.  ESCOLHENDO A MOUNTAIN BIKE
Se você ainda não tem uma bicicleta para trilhas, o melhor a fazer é obter o máximo de informações antes de comprar uma, a fim de economizar tempo e dinheiro. Jamais compre sua mountain bike em supermercados, na esperança de fazer economia: lojas especializadas têm pessoal com conhecimento para lhe orientar sobre a escolha de uma bicicleta, algo que envolve diversas considerações, desde o tamanho do quadro e a geometria da bicicleta até as diferenças entre os componentes – sempre tendo em vista a finalidade do equipamento.
Várias pessoas já passaram pela mesma situação: estavam sem informação alguma, mas queriam comprar uma bicicleta para fazer trilhas. Nova ou usada? Uma bicicleta top de linha, ou uma mais simples para ir trocando os componentes aos poucos? Qual a diferença entre as marcas e os modelos? Por que as bicicletas de supermercado são inadequadas e as das lojas de bikes são boas? Quais são os requisitos de uma bicicleta para rodar na cidade e para fazer uma trilha? Todas essas dúvidas são constantes a muitas pessoas. Portanto, tempo gasto em pesquisa em lojas é dinheiro economizado.

 

2.    EQUIPAMENTO DE BORDO

O que é necessário levar para uma trilha? Cada um, com a experiência, acaba definindo sua lista pessoal. E trilhas diferentes podem demandar acessórios diferentes, quantidades de água e comida diferentes, etc. Relacionamos abaixo o que é mais comum encontrar nos bolsos, pochete ou mochila de um ciclista.



·         Água, levada em garrafinhas presas ao quadro ou em mochilas de hidratação (a quantidade depende da duração da trilha e dos pontos de reposição no caminho).
·         Comida, de acordo com as preferências pessoais: barras de cereal, sachês de carboidrato em gel, sanduíches, frutas, biscoitos (as quantidades igualmente dependem da extensão da trilha e de pontos de alimentação no percurso).
·         Kit de remendo de câmara de ar: bomba de ar, lixa, remendos, cola e espátulas (material vendido em bicicletarias; trocar a câmara é um procedimento simples, que pode ser aprendido com um ciclista experiente).
·         Câmara reserva – algo opcional, mas que economiza o reparo ao menos da primeira vez em que o pneu furar, e é raro furar pneu duas vezes na mesma trilha.
·         Óleo lubrificante da corrente, para uma possível reaplicação durante a trilha – em situações com muito barro, água ou areia, é bastante recomendável.
·         Saca-corrente: reparar uma corrente partida também é algo relativamente simples, e pode ser explicado por alguém que já tenha feito a troca.
·         Chaves, documentos, dinheiro, celular – apenas o estritamente necessário, e embalado em um plástico impermeável, a salvo do suor e de uma possível chuva. Um celular pode ser fundamental em emergências.
·         Antes de sair de casa, repasse seu check-list e confira seu equipamento: verifique a calibragem dos pneus e da suspensão e o aperto das blocagens. Periodicamente, verifique as pastilhas de freio, para não ficar sem elas no meio da trilha. Saia sempre com a corrente lubrificada.

 

3.    COMPORTAMENTO NA TRILHA

Não há um código de conduta oficial para a prática do mountain bike, mas espera-se que um praticante do esporte realize uma certa “etiqueta” nas trilhas, sobretudo porque ele muitas vezes estará em ambientes frágeis, passará por localidades com costumes próprios e cruzará propriedades privadas. Ciclistas, por serem relativamente pouco numerosos, costumam ser vistos como pertencentes a um mesmo grupo, de forma que o comportamento de um tende a ser atribuído à “categoria”: daí uma responsabilidade ainda maior de um ciclista sobre seus atos. A regra geral é usar bom senso e educação, mas seguem algumas sugestões específicas:
·         Ao encontrar uma porteira ou tronqueira (colchete) fechada, deixe-a fechada. Se estiver aberta, deixe-a aberta. Deixe-a sempre como a encontrou, ou poderá causar problemas a terceiros, com gado mudando de terreno ou fugindo. Se estiver pedalando em grupo, avise sempre a quem vem atrás de você se ele deve fechar ou deixar aberto, e ele deve fazer o mesmo com o ciclista seguinte, até o último.
·         Ao chegar de carro em algum lugarejo onde vai começar o pedal, evite som alto e gritarias, sobretudo se for cedo. Lembre-se que esses locais são calmos, e você é que é a visita – portanto, você é que deve se adequar ao ambiente.
·         É tão óbvio que nem merecia ser comentado: leve todo o seu lixo de volta. Não deixe pela trilha embalagens de sachês de carboidratos, barras de cereais, biscoitos, enfim, nada.
·         Cumprimente os passantes que encontrar pelo caminho: lembre-se que esse ainda é um hábito comum nas regiões rurais.
·         Quando cruzar com motociclistas ou motoristas, avisar a ele quantos ciclistas faltam. Se forem mais de cinco, fazer aquele sinal de “muitos” com a mão, abrindo e fechando os dedos.
·         Se estiver numa subida ou descida técnica e estreita, e precisar empurrar, procure retirar sua bicicleta do caminho o mais rápido possível, para que o ciclista que vem logo atrás possa tentar “zerar” o trecho.
·         Quando precisar “ir ao banheiro” no mato, afaste-se de cursos d’água. Muitas águas em trilhas são captadas e usadas para consumo. Não deixe fezes descobertas, porque elas podem contaminar bichos da região.
·         Em descidas, quando for ultrapassar um ciclista mais lento, gritar “direita!” se for ultrapassá-lo pela direita, e “esquerda!” se for passar pela esquerda.

 

4. DICAS AO INICIANTE EM TRILHAS DE MTB

1. Evite pedalar sozinho em uma trilha, procure sempre um grupo com experiência, que conheça bem os pontos da trilha e que tenha feito um bom planejamento do evento;
2. Faça uma revisão de tudo que você vai precisar. Revise com antecedência, desde a bike até os seus kits de alimentação e primeiros socorros. Tenha certeza que seu equipamento está em perfeito estado de funcionamento e sempre carregue utensílios que podem vir a ser úteis. Nem tudo você vai usar, o problema é se faltar;
3. Procure saber com antecedência todas as informações: horário e ponto de saída, horário e ponto de chegada, que tipo de trilha você vai enfrentar, qual a quilometragem, o nível de dificuldade e, se auto-avalie para saber se você vai aguentar. Chegue cedo, não seja o biker que vai atrasar todo o evento;
4. O aquecimento é muito importante antes de entrar na trilha. Aqueça pelo menos vinte minutos antes. Como aquecer? Pedale sobre a sua bicicleta girando levemente as pernas em uma marcha leve, aproveite para ir testando suas marchas e freio. Sinta sua respiração. Acorde os músculos e comece a sentir seu corpo já que ele será o seu motor na bicicleta;
5. Não deixe rastros, a não ser, é claro, as marcas de seu pneu! Quando estiver em uma trilha, seja cuidadoso para não deixar para trás o seu lixo, se for o caso leve um saco plástico para poder recolher os restos;
6. Se precisar entrar em propriedade particular, peça permissão. Sorria, fale com os moradores locais, diga “bom dia”, faça amizade. Eles sabem muito mais do local que você. 
7. Controle a sua bicicleta. Um momento de desatenção pode causar um sério acidente. Não brinque de soltar às mãos, a velocidade em excesso pode ser perigoso para você e para as outras pessoas. Faça silêncio, escute e aproveite a natureza local;
8. Não moleste os animais. Animais silvestres podem se assustar com o barulho. Ao avistar ou escutar um animal, faça silêncio. Se você se deparar com uma cobra, por exemplo, deixe-a passar, pois ela só atacará ao sentir-se acuada, lembre-se você está invadindo o espaço dela;
9. Procure ir gravando os pontos principais da trilha, você defini esses pontos, pois, ao se perder do grupo procure voltar para o ultimo lugar que esteve antes de se perder. Espere alguns minutos se ninguém aparecer tente voltar para o começo da trilha. Um bom apito ajuda você vai quebrar a regra do silêncio, mas a sua segurança é mais importante; e
10. Divirta-se com inteligência e respeito, a natureza agradece.