Que diga um dos experts no trabalho com mulheres, o técnico da
Bernardinho, que por muitas vezes é considerado duro, severo e impaciente, mas
também compreensivo, amigo e doce. Trabalhar com mulheres necessita, ainda
mais, reconhecer os próprios erros e valorizá-las nas conquistas, tudo isso de
maneira muito especial.

As mulheres diferem dos homens em diversos aspectos, sendo
alguns deles: menor quantidade de massa muscular, maior percentual de gordura
corporal, menor força absoluta, perfil hormonal e características
antropométricas. Além disso, as mulheres possuem comportamento diferenciado,
seja nos momentos de maior estresse como também nas vitórias.
Diante disso pode-se afirmar que as mulheres são o sexo frágil?
Não, esse conceito é totalmente errado. Elas podem e devem ser cobradas
veementes, assim como fazemos com os homens, contudo, de maneira diferente e de
acordo com as suas particularidades, apenas isso.

Quando nos referimos ao treinamento esportivo para mulheres é
muito comum utilizarmos conceitos que deveriam ser aplicados somente aos
homens. Um dos motivos para esta constatação é que a maioria dos estudos
relacionados ao esporte (treinamento, nutrição, biomecânica e fisiologia), por
inúmeros motivos, é realizado apenas com homens, mas que as conclusões, embora
pertinentes, são aplicadas às mulheres.
Um exemplo disso são as dietas de supercompensação de
carboidratos, que pode ser definido como uma sobrecarga alimentar de alimentos
ricos em carboidratos para aumentar os estoques de glicogênio no organismo, não
funcionam da mesma maneira entre homens e mulheres.
Além disso, o desempenho pode ser afetado pela fase ou período
da qual a mulher se encontra. Durante o ciclo menstrual a mulher pode sofrer
variações no desempenho devido às alterações fisiológicas e também no estado
emocional.
Vixi, quanta informação! Então não existem semelhanças entre
homens e mulheres em relação o treinamento? Só há disparidade? Essa indagação
já foi tema de diversos trabalhos científicos, alguns deles quebraram o
paradigma da superioridade masculina.
Alguns autores afirmam que as mulheres são tão ou até mais
beneficiadas com o treinamento de força quanto os homens. Muita calma antes de
tirarem conclusões erradas com esta afirmação e imaginarem o ganho exacerbado
de músculos e a perda da feminilidade.

Desde que sejam respeitadas as individualidades e
características femininas, os treinos podem realizados na mesma magnitude entre
ambos os sexos.
Além disso, os benefícios proporcionados pelo treinamento de
força acontecem na mesma velocidade
entre homens e mulheres. No entanto, os homens possuem cerca de 10 vezes as
concentrações de testosterona das mulheres, que explica, em parte, os maiores
ganhos na hipertrofia muscular nos homens.
Enfim, homens x mulheres, apenas diferentes em algumas situações
e com muitas semelhanças.
Prof° Ms Helio Souza , Graduado em esporte pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas (USP), pós graduado em Marketing e Administração Esportiva, preparador físico de atletas profissionais e amadores do ciclismo de estrada e do Mountain Bike.